Desafios na alimentação infantil: uma a cada três crianças está com sobrepeso | ||
Índice de obesidade infantil e doenças como diabetes tipo II entre as crianças preocupam especialistas da área da saúde
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Considerado um dos mais graves problemas de saúde pública no mundo, a obesidade se intensifica ainda mais com o crescimento nos índices de sobrepeso entre as crianças. Cerca de 43 milhões de crianças estão obesas e mais de 90 milhões se encontram com sobrepeso no mundo. Mais sedentárias e comendo pior, as crianças estão engordando e o que é mais triste, estão adoecendo. A criança obesa tem mais chance de chegar à vida adulta sofrendo de obesidade, o percentual chega aos 80%. Além disso, sintomas como pressão sanguínea alta, manifestação de diabetes tipo 2 precocemente e níveis elevados de colesterol no sangue são alguns dos diagnósticos que crescem junto com o sobrepeso. Há também efeitos psicológicos, como a baixa autoestima, imagem corporal negativa e depressão. O médico Patrick Rocha, presidente do Instituto Nacional de Estudos da Obesidade e Doenças Crônicas (Ineodoc) e autor do livro Diabetes Controlada destaca que atualmente a saúde alimentar infantil é comprometida principalmente pelo excesso de açúcar consumido e isso, muitas vezes, é um reflexo da desinformação. ”Há falta de informação e orientação em relação à alimentação saudável. Além disso, o marketing agressivo de alimentos industriais voltados ao público infantil, com brinquedos e personagens que apelam muito ao imaginário das crianças, estimulam ainda mais isso. Os pais na maioria das vezes acabam cedendo aos pedidos dos filhos”, destaca Rocha. Alimentos ricos em açúcar, mas pobres em nutrientes, como fast-food, congelados, biscoitos e doces, snacks em geral, recheiam o cardápio dos pequenos. “O crescimento no índice de obesidade infantil pode estar comprometendo a saúde desta geração. Crianças com sobrepeso hoje, serão adultos doentes amanhã. O caminho da transformação passa pela educação alimentar. Educação transforma adultos e crianças aprendem com o exemplo deles” completou Rocha. Patrick Rocha esclarece que para reverter este quadro é importante ter consciência que a mudança começa em casa, com a melhora dos hábitos alimentares de toda a família. Os pais são os primeiros modelos de comportamento para as crianças. Além disso, quanto mais avançada a idade mais difícil será para mudar os hábitos. Quantos mais cedo for feito isso, melhor para a saúde. Confira aqui alguns hábitos que fazem toda a diferença e podem ajudar a levar mais saúde para a rotina das crianças: 1. O poder do exemplo Os pais representam um papel fundamental na educação dos filhos. Na educação alimentar não é diferente. A mais poderosa forma das crianças aprenderem é através do exemplo dos pais. "Não adianta apenas falar aquilo que é correto, se os pais não mudarem a sua alimentação. Não levar os filhos para as compras é importante, pois 80% do que se vende ali são alimentos industriais, processados e devem ser evitados e a criança se encanta na maioria das vezes pelas embalagens. A educação alimentar precisa fazer parte da realidade dos pais para que eles possam dar exemplo e educar os filhos sobre o assunto", explica Rocha. 2. Armadilhas - Alimentos que achamos saudáveis e não são Um dos maiores problemas da alimentação são as armadilhas. Muitos alimentos são considerados saudáveis, quando na verdade engordam, inflamam o corpo e predispõe à diversas doenças, como diabetes e sobrepeso. Alguns exemplos de péssimos alimentos considerados saudáveis são: pão integral (repleto de açúcar e glúten), barra de cereal (também possui muito açúcar e glúten), alimentos lights (possuem muito açúcar e conservantes), alimentos congelados, entre outros. O ideal é investir em uma alimentação rica em proteínas, carboidratos fibrosos e gorduras naturais das frutas e carnes, bem legumes que saciam por mais tempo e são nutritivos. 3. Introdução de alimentos saudáveis na vida das Crianças É Importante tentar criar o hábito de fazer receitas saborosas e saudáveis com alimentos da estação, pesquisando e experimentando no dia a dia o que também se adequa melhor a rotina da casa e ao paladar das crianças. Além disso, destaca o médico, é importante fazer uma substituição gradual. "Se a criança está acostumada a comer pão todo dia, não precisa retirar o alimento abruptamente, comece aos poucos a substituir por omeletes, tapiocas e outros alimentos frescos", completa Rocha. ----------- Saiba mais: O médico Patrick Rocha (CRM-CE 8561) é palestrante, pesquisador e apaixonado por saúde e nutrição. Dr. Rocha é Presidente do Instituto Nacional de Estudos da Obesidade e Doenças Crônicas (INEODOC) e autor do livro "Diabetes Controlada: o programa alimentar para controlar o diabetes e voltar a viver bem em 30 dias". Popular nas redes sociais, seu canal no youtube conta com mais de 100 mil inscritos e passa de 7 milhões de visualizações. No facebook, o médico conta com uma base de fãs de mais de 300mil pessoas. Conheça o canal do Dr. Rocha no youtube: http://bit.ly/2NBVEwX
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